Existem diversas manifestações
culturais nas mais diversas sociedades, e em cada uma é pregado um tipo de
visão/perspectiva a ser discutido em seu olhar. Maurice Halbwachs, em seu livro Memória Coletiva,
afirma haver duas memórias: a coletiva e a individual - enquanto a primeira é
um conjunto de pensamentos de determinado grupo ou sociedade, a primeira diz
respeito ao pensamento do indivíduo em sia dentro de seu grupo ou sociedade.
Pode-se afirmar, nesse sentido, que o
pensamento indivíduo remete a uma sua perspectiva de vida enquanto ser. A arte
é prova disso, principalmente quando justificamos por meio da arte mimética
discutida primeiro por Platão e em seguida por Aristóteles em A Arte Poética,
e o conceito dado a esta palavra seria a representação do eu, construção do
pensamento do pensamento do indivíduo. Corrobora-se, assim, que a poesia remete
a um conceito de representatividade técnica mais próxima à ratificação do eu,
ou seja, a poesia está mais perto do escritor por perceber que a poesia existe
em qualquer tipologia ou gênero textuais.
A poesia é, a meu ver, necessária para
discutirmos a literatura como preâmbulo e sua existência, haja vista ter uma
consistência anti-hermética, ou seja, ela está aberta a quaisquer significados
e assuntos. Deste modo, o que pode nos levar a crer acerca da necessidade da
poesia é verificar o quão próxima ela está de nossas necessidades. A poesia tem
seu valor e força próprios, pois, de acordo com Roman Jakobson, traz consigo a
mensagem de um texto - a força poética -, o que nos ajuda a pensar que qualquer
texto pode trazer-nos poesia nas mais variadas funções.
No Brasil, a poesia veio ganhando força
desde o início da literatura feita propriamente por escritor natos, haja vista
a construção de uma nação brasileiro ter sido feita apenas durante o século
XIX, época desse movimento literário. Assim, a literatura brasileira veio
ganhando força há um pouco mais de dois séculos, e isto começou a ocorrer por meio
da poesia, principalmente por meio da publicação da Revista
Brasiliense e do livro Suspiros poéticos e saudades, do
autor Gonçalves de Magalhães, sem, no entanto, esquecer-nos do grande escritor
maranhense Gonçalves Dias, conhecido pelos poemas Canção do Exílio e I-Juca
Pirama.
A partir daí, a poesia foi ganhando
força em nossa literatura, embora houvesse grandes escritores em outros gêneros
literários. Nos dias de hoje, apesar de alguns problemas, pode-se notar uma
grande apoio à literatura. Existem hoje dias destinados a comemoração da poesia
no Brasil e no mundo:
- Dia nacional da Poesia: a priori, era dia 14
de março em comemoração ao aniversário do escritor baiano Castro Alves, no
entanto houve modificação;
- A partir da Lei 13.131 de junho de 2015, DIA NACIONAL PASSOU A SER DIA 31 DE OUTUBRO em comemoração ao aniversário do
escritor mineiro Carlos Drummond de Andrade;
- Dia estadual da Poesia (no Maranhão): esta
data é comemorada desde o ano passado no dia 10 de agosto em virtude do
aniversário de Gonçalves Dias;
- Dia mundial da Poesia: é comemorado no dia 21
de março, dia escolhido durante a 30º Conferência Geral da UNESCO
- Dia nacional do Poeta: há ainda esta data
comemorativa, devido ao surgimento do Movimento Poético Nacional criado
por Paulo Menotti Del Picchia no dia 20 de março de 1976.
É importante lembrar que a poesia tem
sua importância na vida das pessoas, tanto para quem lê, escreve - vive de
poesia - ou ouve. Todo esse conjunto de fatos me faz lembrar – nos faz lembrar
(eu espero) – de forma crítica a situação cultural brasileira e me leva a
concordar com os versos do livro “Rosas do Povo”, de Carlos Drummond de
Andrade: “A poesia é incomunicável,/Fique quieto no seu canto./Não ame”.
E como você valoriza a poesia? Na sua opinião, qual a data mais significativa para a poesia brasileira? E por quê?
Texto escrito por Ricardo Miranda Filho